sexta-feira, 11 de março de 2011

Saiba como funciona a fertilização

Problemas de ovulação, síndrome do ovário policístico e endometriose são alguns dos fatores que contribuem para a infertilidade feminina. Com a fantástica evolução da medicina essas questões deixaram de ser fantasmas para muitas mulheres, que hoje contam com tratamentos que podem reverter o quadro.

Para falar sobre o assunto, entrevistamos a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo.

1. Quais as principais causas da infertilidade feminina?
As principais causas de infertilidade feminina são endometriose, ovários policísticos, causas tubárias ou problemas na ovulação.

2. Tomar anticoncepcional por muito tempo pode deixar a mulher infértil?
O anticoncepcional quando suspenso, pode atrasar o retorno da ovulação em, no máximo, seis meses. Portanto, o uso de anticoncepcional por muito tempo não deixa a mulher infértil.

3. Há como reverter a infertilidade antes de
optar pelo uso de técnicas de fertilização?
Tudo dependerá da causa da infertilidade.
Quando a paciente é diagnosticada com endometriose, em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode reverter a infertilidade, assim como algumas alterações das tubas uterinas. Já nos casos de do ovário policístico e ovulação, alguns medicamentos podem ser úteis para corrigir essas alterações.

4. Qual o conceito da fertilização?
O conceito correto é
o da reprodução assistida. Essa especialidade ajuda os casais a engravidarem por meio da manipulação extra-corpórea do sêmen - no caso da inseminação intra-uterina - e do óvulo e espermatozóide, no caso da fertilização in vitro.

5. Hoje, quais as técnicas existentes
para fertilização humana?

Há o coito programado (onde há estimulo da ovulação e programação da relação sexual no dia do pico da ovulação), a inseminação artificial e a fertilização in vitro.

6. Qual a diferença entre fertilização in vivo e in vitro? E qual o procedimento de cada método?
A fertilização in vivo é mais conhecida como inseminação artificial. A mesma ocorre da seguinte maneira: realiza-se uma indução da ovulação na mulher e na época em que ela ocorrer, prepara-se o sêmen do parceiro que é introduzido dentro da cavidade uterina da mulher.

Já na fertilização in vitro, o médico captura um óvulo e coloca milhares de espermatozóides ao seu redor. O mais capacitado o fecundará. O embrião fica por dois a três dias no laboratório, em um ambiente que imita o corpo da mulher (controle da temperatura, umidade, gás carbônico e partículas no ar). Após esse período, é transferido para o útero materno e pode ocorrer ou não a chamada implantação – fenômeno
no qual o embrião se prende ao útero. Sem a implantação, não ocorre a gravidez. Na técnica ICSI (injeção intra-citoplasmática de espermatozóide), o médico seleciona o espermatozóide e o injeta no óvulo. Nesse procedimento, o embrião também é transferido para o útero dois a três dias depois, podendo haver ou não a implantação. Esse método é recomendado para homens que possuem baixíssimas taxas de espermatozóides no sêmen ejaculado.

7. Em quais casos cada técnica é indicada?
A indução de ovulação pode ser indicada para mulheres que apresentem distúrbios de ovulação (sem comprometimento da função das tubas uterinas), fazendo com que haja uma melhora do processo ovulatório e uma gestação de forma natural.
A inseminação intra-uterina é indicada para casais onde o parceiro apresenta algum distúrbio discreto de mobilidade ou quantidade dos espermatozóides, já que há uma melhora da qualidade do sêmen que é preparado no laboratório e é injetado diretamente dentro do útero.

Já a fertilização in vitro é indicada para mulheres que tem alteração da função das trompas, com sêmen do parceiro normal ou não. A técnica de ICSI é indicada em casos onde há ou não alteração da função das trompas, ou com sêmen com menos de 1 milhão de espermatozóides
em sua concentração (o normal é acima de 20 milhões).

8. Quais as chances de sucesso em cada método de fertilização?
Tudo dependerá da idade da paciente, função do ovário (mulheres que fizeram várias cirurgias nos ovários, o resultado tende a ser pior), integridade do útero (onde ocorre a implantação). Em média, para uma mulher com 35 anos de idade, a chance de engravidar pela inseminação artificial é cerca de 18% e para a fertilização é cerca de 40% (em boas clínicas).

9. Existe algum risco para a mulher nesses procedimentos?
O risco é muito pequeno, desde que
o procedimento seja realizado em centros especializados. Pode haver risco de gestação nas trompas (o embrião se implanta no local errado), risco de sangramento durante o procedimento de punção dos ovários para coleta dos óvulos na fertilização in vitro, risco de hiperestímulo da ovulação causando situações de instabilidade circulatória para a mulher (quando a dose de hormônio administrada pelo médico é muito alta e o ovário produz muitos óvulos e, consequentemente, a taxa de hormônio produzida no corpo é muito grande causando alterações vasculares no corpo da mulher).

10. A fertilização artificial sempre resulta em nascimento de múltiplos?
A taxa de gestações únicas é sempre maior que a de múltiplos. Tudo também dependerá do número de embriões que são transferidos para dentro do útero. Atualmente, recomendamos a transferência de dois a três embriões, a fim de evitar gestações múltiplas, que aumentam o risco de prematuridade e complicações na gravidez.

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Fonte imagem: Diário de Notícia

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