Para falar sobre o assunto, entrevistamos a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo.
1. Quais as principais causas da infertilidade feminina?
As principais causas de infertilidade feminina são endometriose, ovários policísticos, causas tubárias ou problemas na ovulação.
2. Tomar anticoncepcional por muito tempo pode deixar a mulher infértil?
O anticoncepcional quando suspenso, pode atrasar o retorno da ovulação em, no máximo, seis meses. Portanto, o uso de anticoncepcional por muito tempo não deixa a mulher infértil.
Tudo dependerá da causa da infertilidade. Quando a paciente é diagnosticada com endometriose, em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode reverter a infertilidade, assim como algumas alterações das tubas uterinas. Já nos casos de do ovário policístico e ovulação, alguns medicamentos podem ser úteis para corrigir essas alterações.
4. Qual o conceito da fertilização?
5. Hoje, quais as técnicas existentes para fertilização humana?
Há o coito programado (onde há estimulo da ovulação e programação da relação sexual no dia do pico da ovulação), a inseminação artificial e a fertilização in vitro.
6. Qual a diferença entre fertilização in vivo e in vitro? E qual o procedimento de cada método?
A fertilização in vivo é mais conhecida como inseminação artificial. A mesma ocorre da seguinte maneira: realiza-se uma indução da ovulação na mulher e na época em que ela ocorrer, prepara-se o sêmen do parceiro que é introduzido dentro da cavidade uterina da mulher.
7. Em quais casos cada técnica é indicada?
A indução de ovulação pode ser indicada para mulheres que apresentem distúrbios de ovulação (sem comprometimento da função das tubas uterinas), fazendo com que haja uma melhora do processo ovulatório e uma gestação de forma natural.
A inseminação intra-uterina é indicada para casais onde o parceiro apresenta algum distúrbio discreto de mobilidade ou quantidade dos espermatozóides, já que há uma melhora da qualidade do sêmen que é preparado no laboratório e é injetado diretamente dentro do útero.
8. Quais as chances de sucesso em cada método de fertilização?
Tudo dependerá da idade da paciente, função do ovário (mulheres que fizeram várias cirurgias nos ovários, o resultado tende a ser pior), integridade do útero (onde ocorre a implantação). Em média, para uma mulher com 35 anos de idade, a chance de engravidar pela inseminação artificial é cerca de 18% e para a fertilização é cerca de 40% (em boas clínicas).
9. Existe algum risco para a mulher nesses procedimentos?
10. A fertilização artificial sempre resulta em nascimento de múltiplos?
A taxa de gestações únicas é sempre maior que a de múltiplos. Tudo também dependerá do número de embriões que são transferidos para dentro do útero. Atualmente, recomendamos a transferência de dois a três embriões, a fim de evitar gestações múltiplas, que aumentam o risco de prematuridade e complicações na gravidez.
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Fonte imagem: Diário de Notícia
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